segunda-feira, 3 de junho de 2013

1952 – O Carma de Levegh

24 Horas de Le Mans 1952
Pierre Levegh comprou um carro Talbot novo e o preparou para ganhar a corrida sem se preocupar com dinheiro. Até esse ano não havia regulamento específico sobre o tempo que cada piloto poderia permanecer guiando. O Francês foi fazendo sua corrida, suas paradas programadas, e no meio da madrugada, numa parada de boxe, é informado que está na liderança da competição. Até ali, não tinha cedido o carro ao seu co-piloto. Apesar de estar muito cansado, a notícia lhe injeta uma energia nova. Volta a pista e, ao amanhecer, após 16 horas de corrida, já tinha algumas voltas de vantagem sobre seus seguidores, que corriam com Ferrari, Mercedes, Aston Martin e Talbot. Em uma das paradas seguintes, seu aspecto era tão lastimável que toda a equipe, seu co-piloto e a esposa, lhe imploram para que ceda o carro. Levegh está tão hipnotizado que simplesmente os ignora e parte novamente.
Ele sonhava com a glória de um francês, com um carro francês, preparado por ele, vencer sozinho às 24 horas. Na última parada nos boxes, cerca de duas horas antes de fim da prova, Levegh está com um aspecto de zumbi. Ninguém mais lhe pede para passar o carro ao co-piloto. Ele ia conseguir aquela glória imortal para a França. No circuito todo ninguém desgruda os olhos do Talbot nº 8. Uma hora e meia para o fim. Levegh na ponta, com uma vantagem enorme de 4 voltas sobre o segundo colocado. Seus tempos de volta variavam, seu traçado era irregular, mas ele prosseguia bravamente. Faltando quarenta minutos para o final, numa redução de marcha, ele erra e seu motor quebra, mais precisamente o virabrequim, na frente da platéia incrédula. Encosta o seu carro à margem da pista. A multidão está em silêncio, paralisada pelo acontecimento. Alguém se aproxima, vê o piloto descer do carro e voltar a pé aos boxes. Sua mulher o recebe. Terminava sua aventura. Após os momentos de silêncio e de incredulidade, a multidão vê um sonho se desfazer, e todos começam a criticá-lo por não ter cedido o volante ao seu companheiro.
Sendo assim, a vitória fica com a Mercedes. É a primeira vitória da fábrica alemã em Le Mans, logo com dobradinha, já que o segundo colocado também é uma Mercedes da equipe oficial. O carro é um modelo 300SL com 6 cilindros e 2996cc, foi dirigido por Herman Lang e Fritz Riess. O terceiro carro da equipe abandona com problemas na parte elétrica. Esta vitória é também a primeira de um carro alemão e de pilotos alemães em Le Mans. É também a primeira vitória de um automóvel com carroceria fechada.
A Porsche com o modelo 356, ganha novamente na categoria de 751 a 1100cm³, com a mesma dupla francesa que venceu no ano anterior: Auguste Veuillet e Edmond Mauche. Foi a primeira e única vitória de um carro equipado com pneus Continental, de fabricação alemã.
Estréia do italiano Alberto Ascari, bicampeão da Fórmula 1 em 52 e 53. Correira em Le Mans nestes mesmos anos e faria a volta mais rápida nas duas vezes, mas não completaria nenhuma das provas.
Na edição de 1952, a participação de Juan Manuel Fangio sequer foi aprovada pela organização, que tinha a árdua tarefa de selecionar os carros que poderiam tentar se qualificar.












Classificação Geral
1 S 3.0 21 Hermann Lang/Fritz Riess - Mercedes-Benz 300SL - 277 voltas
2 S 3.0 20 Theo Helfrich/Helmut Niedermayr - Mercedes-Benz 300SL - 276 voltas
3 S 5.0 10 Leslie Johnson/Tommy Wisdom - Nash-Healey 4 Litre - 262 voltas
4 S 8.0 1 Briggs Cunningham/William Spear - Cunningham C4-R - 252 voltas
5 S 5.0 14 André Simon/Lucien Vincent - Ferrari 340 America Berlinette - 250 voltas
6 S 2.0 39 Luigi Valenzano/Umberto Castiglioni - Lancia Aurelia B.20 - 248 voltas
7 S 3.0 32 Peter Clark/Mike Keen - Aston Martin DB2 - 248 voltas
8 S 2.0 40 Felice Bonetto/Enrico Anselmi - Lancia Aurelia B.20 - 247 voltas
9 S S/C 6 André Morel/André Chambas - Talbot-Lago T26 GS Comp. - 235 voltas
10 S 2.0 42 Rodney F. Peacock/Gerry A. Ruddock - Frazer Nash Le Mans Mk.II - 225 voltas

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