A edição marcaria a estréia do escocês Jim Clark, bicampeão da Fórmula 1 em 1963 e 1965. O piloto correrá três vezes seguidas em Le Mans, nos anos de 1959, 1960 e 1961. Curiosamente, dos três eventos que contam para a tríplice coroa do automobilismo, o europeu Clark só conseguiu a vitória nas 500 Milhas de Indianápolis. O bicampeão Mundial nunca conseguiu vencer em Mônaco e também não contabiliza sucessos em Le Mans, apesar de ter tentado por três vezes. No entanto, trata-se de um equívoco gigantesco dizer que as três participações do escocês nas 24 Horas de Le Mans tenham sido ruins.
Sua primeira edição foi a de 1959, quando ele já defendia a Lotus na Fórmula Junior. Jim foi convidado para pilotar um Lotus Elite MK14 ao lado de John Whitmore. Ninguém esperava muita coisa do jovem piloto, que ainda estava na fase ascendente da carreira. Mas a dupla não fez feio. Clark e Whitmore fizeram 257 voltas e pilotaram um dos únicos dez carros que chegaram ao fim. O que valeu mais, no entanto, foi o elogio do experiente Whitmore ao colega: “achei que ele aprenderia muito comigo, mas eu é que acabei aprendendo muito”.
No pelotão da frente, duelavam os carros italianos da Ferrari e as máquinas inglesas representadas pela Aston Martin. No final, foi a primeira e única vitória em Le Mans de um carro inglês Aston Martin. O vencedor foi o modelo DBR1300 com seis cilindros e 2993cc. Seus pilotos são o americano Carrol Shelby (que fez sua despedida de Le Mans nesta prova e passou a construir carros da marca Shelby Cobra), e o inglês Roy Salvatori. A Aston Martin consegue também a segunda colocação, fazendo uma brilhante dobradinha. A vitória dos Aston foi facilitada pela quebra da Ferrari TR de Gendebien e Hill, que liderou a prova até a vigésima hora.
Primeira e única vitória dos pneus ingleses Avon. Estréia do piloto brasileiro Christian Heins, que usou um Porsche RSK em dupla com o Barão Carel Godin de Beaufort. A partir deste ano as Ferraris são equipadas com freio a disco. Criam-se os testes de pré-qualificação de Abril. Morrem os dois vencedores das 24 horas de 1955: Mike Hawthorn morreu em acidente de trânsito; Ivor Bueb morreu numa prova de Fórmula 2 em Clermont-Ferrand, na França. Bueb, que tinha 36 anos, venceu também as 24 horas de 1957.
1 S 3.0 5 Carroll Shelby/Roy Salvadori - Aston Martin DBR1/300 - 323 voltas
2 S 3.0 6 Maurice Trintignant/Paul Frère - Aston Martin DBR1/300 - 322 voltas
3 GT 3.0 11 Jean Blaton/Leon Dernier - Ferrari 250 GT LWB Coupe - 297 voltas
4 GT 3.0 18 André Pilette/George Arents - Ferrari 250 GT Berlinetta - 296 voltas
5 GT 3.0 16 Fernand Tavano/Bob Grossman - Ferrari 250 GT California - 294 voltas
6 GT 3.0 20 Lino Fayen/Gino Munaron - Ferrari 250 GT Berlinetta - 293 voltas
7 GT 2.0 29 Ted Whiteaway/John Turner - AC Ace Bristol - 273 voltas
8 GT 1.5 41 Peter Lumsden/Peter Riley - Lotus Elite Mk14 - 270 voltas
9 GT 750 46 René Cotton/Louis Cornet - DB HBR4 Panhard - 258 voltas
10 GT 1.5 42 Sir John Whitmore/Jim Clark - Lotus Elite Mk14 - 257 voltas
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