terça-feira, 13 de novembro de 2018

2018 - Finalmente a Toyota reescreve a história

Alonso cumpre seu objetivo, vence as 24 Horas de Le Mans e ajuda a Toyota a reescrever história. O segundo passo rumo à Tríplice Coroa foi dado. Fernando Alonso cumpriu a meta estabelecida junto à Toyota e venceu de forma dominante as 24 Horas de Le Mans, como esperado, ao lado de Sébastien Buemi e Kazuki Nakajima. Desta vez, não houve nenhum problema que tirasse a vitória da fábrica japonesa. A Toyota não teve adversários e finalmente encerrou a sina de azares para reescrever sua própria história com a vitória em Le Mans. Vitória coroada com dobradinha, com Mike Conway, Kamui Kobayashi e Pechito López fechando o 1-2 com o carro 7. Sem chances de lutar por vitórias na F1 desde 2015, quando voltou à McLaren, Alonso surpreendeu, a partir do ano anterior, quando anunciou sua ida para a disputa das 500 Milhas de Indianápolis. Estava claro que seu objetivo não era apenas chocar o mundo do esporte, mas sim o de se tornar o piloto mais completo do seu tempo e vencer a Tríplice Coroa, feito logrado apenas por Graham Hill. Bicampeão mundial de F1, vencedor do GP de Mônaco e, agora, das 24 Horas de Le Mans, Alonso passa a ter pela frente apenas a Indy 500 para realizar a grande e ousada meta da carreira.
Cerca de uma hora e meia antes da bandeirada final, a Toyota cometeu um erro e viveu um susto com o LMP1 7, então guiado por Kobayashi no stint derradeiro. O piloto veio lento até os boxes de forma preventiva, mas antes de fazer a parada, já tinha recuperado a velocidade. O problema acendeu o sinal de alerta entre os japoneses, mas no fim das contas foi mesmo apenas um susto. Depois de tantos dramas e de vitórias que ficaram bem próximas, a Toyota reservou um desfecho emblemático para coroar o tão esperado triunfo em Le Mans. Coube a Kazuki Nakajima fechar a prova com o protótipo vencedor 8, enquanto Kamui Kobayashi completou a maratona com o 7. Todos juntos. Festa dos japoneses, que enfim escrevem uma nova história em Sarthe. Quanto à corrida, no fim das contas aconteceu o esperado, ou seja, uma prova da Toyota contra ela mesma, levando em conta a diferença brutal de performance entre os híbridos japoneses e os não-híbridos das equipes independentes da LMP1. Com uma média de 3s mais rápidos por volta em relação aos Rebellion, os TS050 da Toyota sobraram do início ao fim e terminaram correndo praticamente em modo de segurança nas horas derradeiras da prova. Tudo para evitar problemas como em 2016, quando a marca japonesa perdeu uma vitória certa na última volta.
A diferença brutal de rendimento entre os híbridos da Toyota e os LMP1 não híbridos se refletiu na classificação final. Foram 12 giros de vantagem para o terceiro colocado, o Rebellion R13 3 do trio composto por Mathias Beche, Thomas Laurent e Gustavo Menezes, que garantiram um lugar no emblemático pódio em Sarthe. Já o Rebellion 1t, com a tripulação formada por Bruno Senna, Andre Lotterer e Neel Jani, marcou uma honrosa quarta colocação, ficando bem perto dos companheiros de equipe. Outro ponto a se destacar é que, diferente do que costuma acontecer em uma corrida tão rápida, desafiadora, desgastante e intensa em Sarthe, desta vez não houve nenhum acidente grave. A prova foi marcada por intervenções do safety-car e da demarcação das zonas de desaceleração (slow zones) em muitos momentos, mas em nenhum deles por conta de incidentes mais sérios e que pudessem proporcionar alguma tensão.
Ainda entre os LMP1, Jenson Button viveu uma verdadeira saga na sua estreia em Le Mans. O protótipo da SMP Racing enfrentou muitos problemas ao longo da prova e ficou bem atrás em relação aos concorrentes, chegando a andar em último nas primeiras horas. Na última volta, a tripulação do 11, formada também por Vitaly Petrov e Mikhail Aleshin, abandonou depois que o britânico encostou na área de escape por conta de uma falha no motor.
Na categoria LMP2, o G-Drive da TDS Racing número 26, guiado por Roman Rusinov, Jean-Eric Vergne e Andrea Pizzitola, chegou à frente, com desempenho impecável. No entanto, foi verificado posteriormente pelos comissários técnicos que o time russo havia utilizado uma peça ilegal em sua plataforma de reabastecimento, a fim de acelerar seus pit stops e, com isso, foi excluído dos resultados. Isso significa que o carro 36 Alpine Oreca de Nicolas Lapierre, André Negrão e Pierre Thiriet herdou a vitória, com o 39 Graff-SO24 compartilhado por Vincent Capillaire, Jonathan Hirschi e Tristan Gommendy subindo para o segundo lugar. A ofensiva também se aplica ao carro 28 da TDS Racing que perdeu por pouco o pódio nas mãos de Loic Duval, Matthieu Vaxiviere e Francois Perrodo. Consequentemente, a Ligier 32 de Juan Pablo Montoya, Will Owen e Hugo de Sadeleer estão promovidos ao último lugar do pódio da LMP2.
Dobradinha histórica na LMGTE-Pro para festejar aniversário de 70 anos da Porsche A Porsche GT Team, equipe oficial da fábrica alemã, confirmou o favoritismo em Le Mans e garantiu a vitória. Com duas pinturas icônicas nos seus principais carros, a marca alemã festejou no topo do pódio em Sarthe 70 anos de grandes vitórias no esporte a motor. Com a pintura icônica do Pink Pig, o Porsche 911 RSR guiado por Michael Christensen, Laurens Vanthoor e Kevin Estre, que fechou a corrida para o 92, triunfou depois de ocupar a liderança por praticamente toda a prova e com uma vantagem confortável para o segundo colocado, o Porsche com a pintura da Rothmans guiado por Richard Lietz, Gianmaria Bruno e Frédéric Makowiecki. Mas a dobradinha veio com muito custo depois de um grande duelo travado contra o Ford GT 68, pilotado por Dirk Müller, Joey Hand e Sébastien Bourdais, que foram ao pódio da categoria dos GTs. Tony Kanaan, que correu no Ford GT 67 da Ganassi ao lado de Harry Tincknell e Andy Priaulx, finalizou na quarta posição da classe, duas colocações à frente de Pipo Derani, que acelerou com a Ferrari 488 GTE Evo da equipe oficial AF Corse ao lado de Toni Vilander e Antonio Giovinazzi. Daniel Serra, finalizou em oitavo ao lado de James Calado e Alessandro Pier Guidi com a Ferrari 51, na esteira de uma corrida de superação. Augusto Farfus, que voltou às 24 Horas de Le Mans pela equipe oficial da BMW, abandonou sua jornada durante a noite por conta de um erro competido pelo seu companheiro de equipe Alexander Sims.
Triunfo da Porsche também na LMGTE-Am Na classe voltada aos gentlemen-drivers, Patrick Dempsey, agora como chefe de equipe, comemorou a vitória em Le Mans. Com o Porsche 911 RSR, Matt Campbell, Christian Ried e Julien Andlauer triunfaram com o 77 após liderar praticamente toda a prova. Giancarlo Fisichella, Thomas Flohr e Francesco Castelacci, garantiram o segundo lugar com a Ferrari F488 GTE. O top-3 foi completado por outra Ferrari, com Ben Keating e Luca Stolz e o profissional Jeroen Bleekemolen, mesmo depois de um problema que levou o carro a ficar parado por alguns segundos na caixa de brita.
Classificação:
1 LMP1 8 Sébastien Buemi/Kazuki Nakajima/Fernando Alonso - Toyota TS050 Hybrid
2 LMP1 7 Mike Conway/Kamui Kobayashi/José María Pechito López - Toyota TS050 Hybrid
3 LMP1 3 Thomas Laurent/Gustavo Menezes/Mathias Beche - Rebellion R13
4 LMP1 1 Bruno Senna/André Lotterer/Neel Jani - Rebellion R13
5 LMP2 36 Nicolas Lapierre/Pierre Thiriet/André Negrão - Alpine A470
6 LMP2 39 Vincent Capillaire/Jonathan Hirschi/Tristan Gommendy - Oreca 07
7 LMP2 28 François Perrodo/Loïc Duval/Matthieu Vaxivière - Oreca 07
8 LMP2 32 Hugo de Sadeleer/Will Owen/Juan Pablo Montoya - Ligier JS P217
9 LMP2 37 Jazeman Jaafar/Nabil Jeffri/Weiron Tan - Oreca 07
10 LMP2 31 Roberto González/Pastor Maldonado/Nathanaël Berthon - Oreca 07

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