A Toyota tinha a estratégia perfeita para ganhar as 24 Horas de Le Mans de 2016, a equipe nipônica começou a disputa com um veículo agressivo, o nº 6, que atacou logo nas primeiras voltas, fazendo com que seus rivais (Porsche e Audi) forçassem seus carros. Já o outro veículo, o nº 5, optou por uma estratégia de espera, tanto que no começo, caiu para a sexta posição, logo atrás dos Audi. A batalha durou a prova inteira, com o Toyota 6, revezando-se no comando com o Porsche 1 e Porsche 2, e até o Audi 8 liderou com 2 horas de corrida. A Toyota batalhou forte com o outro carro da equipe, até Kamui Kobayashi sair da pista e precisar fazer checagens nos boxes. A partir daí, nas próximas três horas a ponta foi do trio de ex-pilotos da Fórmula 1.
O número 5 alcançou a ponta já com 17 horas de prova, iniciando uma batalha até a última volta com os alemães do nº 2. Mas, a história seria cruel com os japoneses. Kazuki Nakajima conduzia o Toyota Hybrid para a primeira vitória da equipe japonesa, a cinco minutos do final, a vantagem era de 69 segundos para o Porsche, mas um problema mecânico fez o carro parar, quando iria iniciar a última volta. Numa ironia cruel, o Porsche 919 de Neel Jani passou à frente enquanto Nakajima mirava a linha de chegada e seguiu para completar a volta final e vencer. Nem o escritor mais sádico daria ao fim de um romance tamanho castigo ao trabalho eficiente dos nipônicos. Nakajima teve que ser amparado para deixar o carro e voltar aos boxes aos prantos. Enquanto isso, Marc Lieb e Romain Dumas se atracaram numa festa sem fim dentro dos pits dos alemães. Valeu o lema “para chegar em primeiro, primeiro é preciso chegar”, mas ele nunca foi tão gelado quanto nessas 24 Horas de Le Mans.
Para a vitória da Porsche, valeu a carga incansável de Neel Jani no stint final. Tiveram um furo no pneu a 10 minutos do fim e parecia que estariam fora da briga direta. Ele descontou quase um minuto de diferença e, quando menos esperava, passou o Toyota estacionado sobre a linha de chegada.
A outra grande história do dia foi na classe GTE-Pro, com a batalha entre as gigantes Ford e Ferrari. O show poderia ter sido melhor não fosse o show de recursos por punições de cada uma. No asfalto, que é onde vale, a briga foi excelente e Sebastien Bourdais liderou o time com Joey Hand e Dirk Muller para o oval azul faturar na primeira tentativa do Ford GT. A Ferrari 458 ficou no segundo posto com Giancarlo Fisichella, Toni Villander e Matteo Malucelli. Depois da bandeirada, ambos os times foram punidos, mas isso manteve a classificação final inalterada.
Nos protótipos da LMP2, a Signatech-Alpine tomou o controle da corrida durante a noite e ninguém mais teve chance. Nicolas Lapierre foi o capitão dos novatos Gustavo Menezes e Stephane Richelmi para chegar na quadriculada à frente do G-Drive de Rene Rast, Will Stevens e Roman Rusinov. Os brasileiros Pipo Derani e Osvaldo Negri Jr. batalharam com problemas e não conseguiram pódios.
Na GTE AM, o triunfo ficou com a Ferrari 458 Italia na Scuderia Corsa, dos americanos Bill Sweedler, Jeff Segal e Townsend Bell.
1 LMP1 2 Marc Lieb/Romain Dumas/Neel Jani - Porsche 919 Hybrid
2 LMP1 6 Stéphane Sarrazin/Mike Conway/Kamui Kobayashi - Toyota TS050 Hybrid
3 LMP1 8 Loïc Duval/Lucas di Grassi/Oliver Jarvis - Audi R18
4 LMP1 7 André Lotterer/Marcel Fässler/Benoît Tréluyer - Audi R18
5 LMP2 36 Nicolas Lapierre/Gustavo Menezes/Stéphane Richelmi - Alpine A460
6 LMP2 26 Roman Rusinov/Will Stevens/René Rast - Oreca 05 Nissan
7 LMP2 37 Vitaly Petrov/Viktor Shaytar/Kirill Ladygin - BR01 Nissan
8 LMP2 42 Nick Leventis/Jonny Kane/Danny Watts - Gibson 015S Nissan
9 LMP2 33 Pu Jun Jin/Tristan Gommendy/Nick de Bruijn - Oreca 05 Nissan
10 LMP2 41 Memo Rojas/Julien Canal/Nathanaël Berthon - Ligier JS Nissan
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