2014 - 24 Horas de Le Mans
A bordo do carro 1 da Audi, Lucas di Grassi esteve perto de se tornar o primeiro brasileiro a vencer a prova na geral, a 82ª edição da mais tradicional prova do automobilismo mundial, cuja bandeirada de largada foi dada pelo espanhol Fernando Alonso, da equipe Ferrari de Fórmula 1. O trio formado pelo paulista, pelo dinamarquês Tom Kristensen e pelo espanhol Marc Gené chegou a liderar a corrida da 16ª à 21ª hora, mas um problema no motor turbo forçou o time a ir para os boxes fazer reparos. Eles voltaram à pista e terminaram a prova com três voltas de desvantagem para o trio do carro 2 da Audi, formado por André Lotterer, Marcel Fässler e Benoît Tréluyer, grandes vencedores desta edição, válida pela temporada 2014 do Mundial de Endurance.
Com a dobradinha, a montadora alemã chegou à 13ª vitória em Le Mans nos últimos 15 anos – perdeu apenas em 2009 para a Peugeot e em 2003 para a Bentley.
Apesar de ter ficado com o gostinho da vitória na boca, Di Grassi não se abalou com o resultado e mostrou confiança de que em breve conseguirá a façanha: - Cada vez mais eu me apaixono por esse lugar. A atmosfera, o público, o jeito que a corrida se desenrola... Ainda tenho muito o que aprender. Não tenho 17 pódios, tenho dois, e vim de terceiro no ano passado para segundo neste ano. Vou trabalhar muito para ser o primeiro brasileiro a vencer. Esse time é um time dos sonhos, o melhor time. Trabalhamos muito juntos, celebramos juntos e espero conseguir - disse após a prova. Na LMP1, os problemas não foram exclusividade do Audi e-tron quattro de Di Grassi e cia. Todos os protótipos que alinharam no grid do Circuito de Sarthe, na França, apresentaram defeito durante a prova de longa duração. Na 16ª hora, o próprio trio vencedor teve a mesma pane no turbo que acabou com as chances da vitória brasileira em Le Mans.
Apesar do domínio da Audi nos últimos anos, a favorita desta edição era a Toyota, que chegou em sua melhor forma em busca de um triunfo inédito que tanto busca, e abocanhou a pole position com o trio Alexander Wurz, Stéphane Sarrazin e Kazuki Nakajima. Mas as esperanças da montadora japonesa se foram quando o TS040 Hybrid sofreu uma pane elétrica quando Nakajima liderava a prova na 14ª hora e abandonou. O outro protótipo da Toyota, do trio Anthony Davidson, Nicolas Lapierre e Sébastien Buemi já estava praticamente fora da briga pela vitória em razão de um acidente logo nas primeiras horas com um o Audi 3 de Albuquerque/Bonanomi/Jarvis. Mesmo assim conseguiram o terceiro lugar no pódio, em razão dos infortúnios dos adversários.
Os infortúnios também tiraram o que poderia ser uma surpreendente vitória da Porsche no ano de seu retorno à prova. O trio do carro 20 formado pelo ex-Fórmula 1 Mark Webber em parceria com Timo Bernhard e Brendon Hartley chegaram a liderar a corrida por volta da 22ª hora, mas o 919 Hybrid perdeu rendimento e foi superado pelas duas Audi até abandonarem.
Na LMP2, o troféu ficou com Simon Dolan, Harry Tincknell e Oliver Turvey, a bordo do Zyter Z11SN Nissan.
Já na GTE-Pro, principal classe de carros de turismo, Bruno Senna também ficou muito próximo de vencer, em companhia de Darren Turner e Stefan Mücke. Com o Aston Martin, o piloto brasileiro chegou a ficar na frente em sua classe durante boa parte da prova, até ser traído por um vazamento do fluido da direção hidráulica. Ele ficou em sexto na GTE-Pro, e em 33º na classificação geral. A vitória ficou com Gianmaria Bruni, Giancarlo Fisichella e Toni Vilander, da Ferrari.
- O carro estava competitivo e estávamos fazendo uma briga boa com a Ferrari. Foi uma pena esse problema com a direção hidráulica, porque neste carro ela não fica dura, simplesmente trava. Perdemos mais de 20 minutos e várias voltas para os reparos - lamentou Bruno.
O triunfo da Aston Martin veio então na GTE-Am, onde pilotos profissionais e amadores formam o trio. Em companhia com Nicki Thiim, Kristian Poulsen e David Heinemeier-Hansson , venceram a classe e dedicaram o feito ao ex-companheiro Allam Simonsen, que morreu após um acidente durante a edição passada da corrida.
Classificação final:
1) P1 Fassler/Lotterer/Treluyer - Audi (379 voltas em 24h01m59s830)
2) P1 Di Grassi/Gene/Kristensen - Audi -3 voltas
3) P1 Davidson/Lapierre/Buemi - Toyota -5 voltas
4) P1 Prost/Heidfeld/Beche - Rebellion Toyota -19 voltas
5) P2 Dolan/Tincknell/Turvey - Zytek-Nissan -23 voltas
6) P2 Thiriet/Badey/Gommendy - Ligier-Nissan -24 voltas
7) P2 Chatin/Panciatici/Webb - ORECA-Nissan -24 voltas
8) P2 Rast/Charouz/Capillaire - ORECA-Nissan -25 voltas
9) P2 Brundle/Mardenborough/S'skiy - Ligier-Nissan -25 voltas
10) P2 Klien/Hirsch/Brandela - Morgan-Judd -27 voltas
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