quinta-feira, 28 de março de 2013

1932 – Alfa Romeo Repete Vitória

24 Horas de Le Mans 1932
 Mais um ano de transformações no traçado de Le Mans, a parte que desce para a cidade é suprimida e uma estrada de ligação com 505 metros liga agora os Raineries à curva em “S” de Tertre Rouge. O circuito fica agora reduzido a 13492 metros e assim permanecerá até 1955. É com este novo traçado que nasce a famosa curva Dunlop e também neste ano são vistas pela primeira vez as duas pontes Dunlop.
Na grelha, alinhados para a partida estão este ano vinte e seis carros. Com os seus seis carros contratados à partida, a Alfa impressiona as outras equipas. Os vermelhos Alfas comandam a corrida desde o seu inicio, às quatro horas da manhã quatro Italianos estão na frente da corrida seguidos por outros dez sobreviventes.
Porém ao nascer do dia Birkin que se encontrava no comando da corrida, rebenta o tanque de combustível do seu 8C deixando o comando da prova para outra equipa italiana, Cortese e Guidotti, mas tem que parar para reparar a embreagem. É então que o jovem Sommer que assume o comando até final, conquistando a vitória com 18 horas de condução feitas só por ele.
A Alfa Romeo consegui colocar 3 carros das quatro primeiras posições e fez a volta mais rápida por Maniola antes do seu abandono, 142 Km/h foi a marca estabelecida. Um ano de grande sucesso para a Alfa Romeo, que torna ainda mais brilhante o terceiro lugar conseguido por "Bug" Lewis e Tim Rose-Richards ao volante do Britânico Talbot AV105 com o seu motor de três mil c.c. de cilindrada.
A Alfa Romeo repetiu a vitória do ano anterior usando o mesmo modelo. Além da vitória, conquista também a segunda e a quarta posições, conquistando ainda a melhor volta. O Francês Raymond Sommer e o italiano Luigi Chinetti foram os pilotos vencedores. Chinetti é o primeiro italiano a vencer em Le Mans. Na verdade, a vitória pertence 83% a Sommer, pois ele dirigiu 18 das 24 horas de prova.
Foi a primeira vitória dos pneus belga Englebert. A melhor volta da prova foi registrada pela Alfa Romeo, foi a primeira vez que a marca italiana conquistou este feito, que se repetiria o feito nos anos 1933, 1934 e 1935.

Classificação geral
1 3.0 8 Raymond Sommer/Luigi Chinetti - Alfa Romeo 8C 2300LM - 218 voltas
2 3.0 11 Franco Cortese/Giovanni Battista Guidotti - Alfa Romeo 8C 2300LM - 216 voltas
3 3.0 6 Brian E. Lewis/Tim Rose-Richards - Talbot AV105 - 180 voltas
4 2.0 18 Odette Siko/Louis Charaval - Alfa Romeo 6C 1750 - 179 voltas
5 1.5 20 Sammy Newsome/Henken Widengren - Aston Martin 1½ Le Mans - 174 voltas
6 1.5 23 Jean Sébilleau/Georges Delaroche - Bugatti Type 40 - 172 voltas
7 1.5 21 A.C. Bertelli/Pat Driscoll - Aston Martin 1½ Le Mans - 168 voltas
8 1.1 29 Charles Auguste Martin/Auguste Bodoignet - Amilcar CO - 151 voltas
9 1.1 26 Roger Labric/Yves Giraud-Cabantous - Caban Spéciale - 146 voltas
10 DNF 3.0 16 Count Stanislaus Czaykowski/Ernest Friederich - Bugatti Type 55 - 180 voltas



quarta-feira, 27 de março de 2013

1931 – Início da Hegemonia da Alfa Romeo

24 Horas de Le Mans 1931
Ano a ano, as “24 Horas de Le Mans” vinham ganhando importância e, em pouco tempo, passou a atrair os melhores pilotos profissionais e amadores de todos os tempos. O primeiro carro de origem italiana a vencer em Le Mans foi o Alfa Romeo 8C de 2300cc. Projetado por Vitorio Jano e testado por Tazio Nuvolari, é o primeiro automóvel com compressor que vence a competição. Os pilotos que conduziram o equipamento à vitória foram Lord Howe e Henry Birkin, ambos britânicos.
Apesar da crise economica que reinava nos últimos dois anos, existe neste ano de 1931 uma multidão de espectadores e de tripulações contratadas; em especial porque o ACO resolveu-se, com felicidade, abrir a corrida aos particulares.
Só a Alfa, a Austin e a Bugatti, representam fabricas oficiais; ou seja; 5 em 26 automóveis. A Mercedes, Talbot, Capote, Aston Martin, MG, a Lorena, Arrol Áster completam o cartaz. Bentley não está presente.
A luta pela vitória será entre a Alfa, Talbot e Mercedes. É o famoso especialista de Le Mans, Birkin, em Alfa, que conquista a vitória à uma média de 125 km/h, ou seja, o recorde da volta que estabelecia em 1928!
Consagrada uma progressão, pontuada por um outro recorde: a passagem da barreira dos 3000 quilómetros totais percorridos. O vencedor percorreu exatamente 3.017,654 km. Foi a primeira vitória de um motor de 8 cilindros em linha.
Um problema que todos os Bugatti tiveram que enfrentar, os pneus dechaparam em decorrência do excesso de peso. O recorde negativo fica por conta do menor número de classificados a chegada, somente 6 concorrentes.

Classificação geral
1 3.0 16 Lord Howe/Sir Henry Birkin - Alfa Romeo 8C 2300 LM 184
2 8.0 1 Boris Ivanowski/Henri Stoffel - Mercedes-Benz SSK 177
3 3.0 11 Tim Rose-Richards/Owen Saunders-Davies - Talbot AV105 173
4 5.0 9 Henri Trébort/Louis Balart - La Lorraine-Dietrich B3-6 150
5 1.5 25 A.C. Bertelli/Maurice Harvey - Aston Martin 1½ International 139
6 1.1 29 Just-Emile Vernet/Fernand Vallon - Caban Spéciale Ruby 1.1L 128
7 DSQ 750 31 F.H.B. Samuelson/Freddy Kindell - MG C-type Midget ?
8 DSQ 1.1 27 Gustave Duverne/Robert Girod - B.N.C. ?
9 DSQ 1.5 22 Marguerite Mareuse/Odette Siko - Bugatti Type 40 ?
10 DNF 3.0 10 Brian E. Lewis/Johnny Hindmarsh - Talbot AV105 132






segunda-feira, 25 de março de 2013

1930 – Bentley Six Speed

24 Horas de Le Mans 1930
Entre os carros históricos de Le Mans, o inglês Bentley Six Speed destaca-se por vencer duas edições (1929 e 1930) e pela dobradinha alcançada neste ano.
O primeiro grande campeão de Le Mans foi Woolf Barnato, que com este triunfo, vencia a prova três vezes.
Os Bentley Boys acabam em 1930, quando ao final do ano a fábrica inglesa se retira das competições. A lenda dos Bentley Boys, no entanto, continuou. Com efeito, a construtora foi campeã em Le Mans no anos de 1924, 1927, 1928, 1929, 1930.
Registra-se a primeira participação feminina na prova, as francesas Marguerite Mareuse e Odette Siko conduziram um Bugatti T40 e conseguiram terminar a corrida em sétimo lugar.
A nota triste é que neste ano foi batido o recorde negativo de participantes, somente 17 carros, o menor em toda a história da competição.
É a última das quatro vitórias consecutivas da Bentley, desta vez com Barnatto e Glen Kidston. Mesmo abandonando Le Mans no ano seguinte, a marca Bentley se tornou uma das mais míticas da competição, com cinco vitórias até aquela data.

Classificação Geral
1 8.0 4 Woolf Barnato/Glen Kidston - Bentley Speed Six "Old Number One" - 179 voltas
2 8.0 2 Frank Clement/Richard Watney - Bentley Speed Six - 173 voltas
3 3.0 15 Brian E. Lewis/Hugh Eaton - Talbot AO90 - 162 voltas
4 3.0 16 Johnny Hindmarsh/Tim Rose-Richards - Talbot AO90 - 160 voltas
5 2.0 23 Lord Howe/Leslie Callingham, Alfa Romeo 6C 1750GS - 159 voltas
6 1.5 24 Kenneth Peacock/Sammy Newsome - Lea-Francis Hyper S-Type - 140 voltas
7 1.5 25 Marguerite Mareuse/Odette Siko - Bugatti Type 40 - 132 voltas
8 1.1 27 Jean-Albert Grégoire/Fernand Vallon - Tracta A28, 128 voltas
9 1.1 26 Roger Bourcier/Louis Debeurgny - Tracta A28 - 123 voltas
10 5.0 8 Dr. Dudley Benjafield/Giulio Ramponi - Bentley Blower C - 144 voltas

domingo, 24 de março de 2013

1929 – Novamente a Bentley

24 Horas de Le Mans 1929
A Bentley consegue as quatro primeiras colocações nesta que é sua terceira vitória consecutiva. Woolf Babe Barnatto novamente consegue realizar a façanha do ano anterior, desta vez em parceria com Henry Tim Birkin, que saboreava a vitória pela primeira vez. Eles pilotaram um Bentley de 4,5 Litros.
O circuito sofre modificações e passa a medir 16.340 Km.
A terra da Rainha (como é conhecida a Grã Bretanha), proporcionou ao mundo diversos modelos de destaque. Em se tratando de Le Mans, os sempre ufanistas ingleses não discordam da importância histórica do Bentley Six Speed, para este ufanismo exacerbado existe diversos motivo. Considere que o carro, de rodas descobertas foi lançado no mercado europeu em 1926 e tinha pedigree de campeão. O automóvel inglês conquistou nada menos que duas vitórias em Le Mans (1929 e 1930) sendo uma dobradinha em 1930.


Classificação geral
1 8.0 1 Woolf Barnato, Henry Birkin - Bentley Speed Six "Old Number One" - 174 voltas
2 5.0 9 Jack Dunfee, Glen Kidston - Bentley 4½ Litre - 167 voltas
3 5.0 10 Dr. Dudley Benjafield, André d'Erlanger - Bentley 4½ Litre - 159 voltas
4 5.0 8 Frank Clement, Jean Chassagne - Bentley 4½ Litre - 156 voltas
5 8.0 5 Guy Bouriat, Philippe de Rothschild - Stutz DV32 - 153 voltas
6 5.0 14 Henri Stoffel, Robert Benoist - Chrysler 75 - 152 voltas
7 5.0 15 Cyril de Vere, Marcel Mongin - Chrysler 77 - 149 voltas
8 1.5 21 Kenneth Peacock, Sammy Newsome - Lea-Francis Hyper TT - 135 voltas
9 1.1 26 Louis Balart, Louis Debeugny - Tracta - 128 voltas
10 1.1 27 Jean-Albert Grégoire - Fernand Vallon - Tracta - 126 voltas

sábado, 23 de março de 2013

1928 – Segunda Vitória Consecutiva dos ingleses

24 Horas de Le Mans 1928
A Bentley consegue sua segunda vitória consecutiva e a terceira alternada em Le Mans. Foi a primeira vitória de Woolf Babe Barnatto e Bernard Rubin, que conduziram o Bentley número 4 de 4392cc.
Registra-se a primeira participação de modelos americanos, por meio do Chrysler e do Stutz. Dois Chrysler chegam em terceiro e quarto, enquanto outros dois abandonam. O único Stutz inscrito completa a corrida em segundo lugar.
Pela primeira vez, desde que foi criada a prova em 1923, há mais pilotos estrangeiros na corrida do que franceses: 17 contra 16.






Classificação geral
1 5.0 4 Woolf Barnato/Bernard Rubin - Bentley 4½ Litre "Old Mother Gun" - 154 voltas
2 5.0 1 Éduoard Brisson/Robert Bloch - Stutz DV16 Blackhawk - 153 voltas
3 5.0 8 Henri Stoffel/André Rossignol - Chrysler 72 Six - 144 voltas
4 5.0 7 Jean Ghica Cantacuzino/Ghica Cantacuzino - Chrysler 72 Six - 139 voltas
5 5.0 3 Sir Henry Birkin/Jean Chassagne - Bentley 4½ Litre - 135 voltas
6 1.5 27 Maj. Maurice Harvey/Harold Purdy - Alvis TA - 132 voltas
7 1.1 32 Michel Doré/Jean Treunet - B.N.C. - 131 voltas
8 2.0 12 Robert Benoist/Christian Dauvergne - Itala Tipo 61 S 2000 - 130 voltas
9 1.5 28 S.C.H. Davis/William Urquhart-Dykes - Alvis TA - 130 voltas
10 1.1 35 Georges Casse/André Rousseau - Salmson GS - 127 voltas

quarta-feira, 20 de março de 2013

1927 – Começa a Era da Bentley

24 Horas de Le Mans 1927
No ano anterior, a dupla Dr. John Benjafield e Sammy Davis no Bentley número 7 só se deram por vencidos há vinte minutos para o término da corrida, enterrados na areia, em Mulsanne. Em 1927 voltariam no mesmo carro, então chamado de “Old nº 7”, para vencer e também iniciar um período de quatro anos de hegemonia da Bentley. É a segunda vitória de um carro da marca Bentley.
Pelos maravilhosos carros de cor verde suspiravam os ingleses em tom admirativo. “Os mais rápidos da Europa” comentava Ettore Bugatti, cujos carros eram freqüentemente batidos pelos Bentley. A corrida de 1927 começou numa tarde escura aparentando que ia chover muito e Benjafield colocou seu carro prudentemente em 2º lugar. A chuva não veio e chegou à noite, quando Benjafield foi substituído por Davis ao volante do carro nº 7.
Repentinamente fez-se silêncio no circuito, um carro francês tinha despistado quando seu piloto perdeu o controle e estava quase todo destruído no meio da pista, não houve como escapar, mais cinco carros haviam batido no automóvel parado e se amontoaram sobre ele, incluindo os três carros da marca Bentley. Dois deles estavam irremediavelmente fora da disputa, Davis conseguiu livrar seu carro daquela confusão e levou-o até o boxe. Os mecânicos concertaram o suficiente para o Bentley voltar a competir, mas perdendo várias voltas.
Ainda faltavam 18 horas para o fim da prova, e Benjy pilotou o carro a noite com apenas um único farol e ainda com voltas mais rápidas do auto que seguia na frente, um Áries francês. À uma hora da tarde de Domingo o Áries parou nos boxes para reparar uma avaria e quando partiu de novo o Bentley, que agora seguia em segundo, descontava 25 milhas a distância que os separava.
Faltavam alguns minutos para o término da corrida quando Benjy viu o Áries parado perto da ponte Dunlop, era a vez do Bentley comandar a corrida. Ao dar a penúltima volta o público começava a ovacionar o único carro britânico na prova. Benjy parou nos boxes e passou o carro para Davis. “Ele tinha o direito a pilotar o carro na última volta, visto que tinha conseguido safar seu carro naquela colisão 18 horas antes”, declarou Benjafield. E assim Davis cortou a meta como vencedor, o Bentley estava desmantelado e cheio de lama por todos os lados, tão esgotado e desfeito que não passava de um monte de ferro velho indomável que correu incessantemente por 24 horas.
Um Tracta chega em 7º lugar, trata-se do primeiro concorrente com tração dianteira.
A partir deste ano a equipe inglesa começa uma hegemonia que duraria quatro anos. Este fato, ao longo da história de Le Mans se tornaria comum. Uma equipe vai dominar por vários anos, até uma concorrente batê-la, esta marca dominará outros anos até que uma nova fábrica vença.
Classificação geral
1 3.0 3 Dr. Dudley Benjafield/Sammy Davis - Bentley 3 Litre Super Sport "Old No.7" 137 voltas
2 1.1 25 André de Victor/J. Hasley - Salmson GS 116 voltas
3 1.1 23 Georges Casse/André Rousseau - Salmson GS 115 voltas
4 1.5 15 Lucien Desvaux/Fernand Vallon - S.C.A.P. 1.5 Litre 110 voltas
5 1.1 26 Guy Bouriat/Pierre Bussienne - E.H.P. DS 108 voltas
6 1.1 21 André Marandet/Gonzaque Lécureul - S.C.A.P. BDE 106 voltas
7 1.1 20 Jean-Albert Gregoire/Lucien Lemesle - Tracta 97 voltas
8 1.5 16 Henri Guilbert/Albert Clément - S.C.A.P. ?
9 2.0 4 Robert Laly/Jean Chassagne - Ariés Surbaissée 3 Litre 122 voltas
10 2.0 8 Raymond Leroy/Pierre Mesnel - Fasto A3S 96 voltas

segunda-feira, 18 de março de 2013

1926 - O Bis da Lorraine-Dietrich

24 Horas de Le Mans 1926
Em 1926, os La Lorraine arrebataram uma “tripla”, ou seja, colocaram seus carros nas três primeiras colocações, sendo a primeira vez que isto acontecia na história das 24 horas.
A vitória da Lorraine foi ainda mais expressiva do que no ano anterior. Não só conquistaram os três primeiros lugares, como pela primeira vez o vencedor ultrapassou a média de 100 km/h! No entanto, a dupla John Dudley Benjy Benjafield e Sydney Charles Houghton Sammy Davis no Bentley número 7 só se deram por vencidos faltando vinte minutos para o término da prova, com o carro enterrado na areia, em Mulsanne.
O La Lorraine vencedor foi pilotado por Andre Rossignol e Robert Bloch. São instalados os primeiros alto-falantes no circuito. Registra-se a primeira participação de carros da marca Peugeot.



Classificação
1 - 5.0 6 - Robert Bloch, André Rossignol - Lorraine-Dietrich B3-6 - 147 voltas
2 - 5.0 5 - Gérard de Courcelles, Marcel Mongin - Lorraine-Dietrich B3-6 - 146 voltas
3 - 5.0 4 - "Stalter", Édouard Brisson - Lorraine-Dietrich B3-6 - 139 voltas
4 - 2.0 17 - Ferdinando Minoia, Giulio Foresti - O.M. Tipo 665 Superba - 134 voltas
5 - 2.0 18 - Mario Danieli, Tino Danieli - O.M. Tipo 665 Superba - 131 voltas
6 - 2.0 27 - Pierre Tabourin, Auguste Lefranc - Theo Schneider 25SP - 118 voltas
7 - 2.0 21 - Aimé Nezeloff, Jean Lasalle - Rolland-Pilain C23 - 117 voltas
8 - 1.5 37 - Henri de Costier, Pierre Bussienne - E.H.P. DS - 111 voltas
9 - 1.1 46 - Georges Casse, André Rousseau - Salmson GS - 110 voltas
10 - 1.5 33 - Jean Errecaldé, André Galoisy - Corre La Licorne W16 - 109 voltas

domingo, 17 de março de 2013

1925 – Finalmente a Vitória da Lorraine

24 Horas de Le Mans 1925

Em 1923, os Lorraine eram os favoritos, mas falharam, no ano seguinte perderam por pouco, conquistando o segundo e o terceiro postos. Em 1925, finalmente ganharam e, melhor ainda, colocaram outro carro em terceiro.
Nesta edição, faz-se a estréia de um tipo de partida que haveria de se tornar um emblema das 24 horas de Le Mans. Junto aos boxes, os carros estão estacionados em diagonal de 45 graus, com motor parado e capota baixada; do outro lado da pista estão os pilotos alinhados, cada um em frente ao seu carro. Ao baixar a bandeira de largada, os pilotos correm para os seus carros, sobem as capotas, tomam o seu lugar ao volante e arrancam. Adota-se, assim, a partida tipo “Le Mans”, carros parados em forma de espinha de um lado da pista, e de outro lado os pilotos, que ao sinal atravessam a pista, ligam os seus motores e partem, iniciando-se a prova.
A Bentley, animada pela vitória do ano anterior, participa pela primeira vez com uma equipe de fábrica. Entretanto, nenhum dos dois carros consegue chegar ao final da prova, desastre total!
Sendo assim, a Lorraine ganha pela primeira vez. Foi a primeira vitória de um carro com motor de 6 cilindros, o La Lorraine foi pilotado pelos franceses Gerard de Courcelles e Andre Rossignol. Um Chrysler vindo dos Estados Unidos e cinco equipes italianas dão o 1º sentido internacional à competição.
Registra-se as primeiras mortes na prova: Andre Guilbert nos treinos, e Mario Mestivieri na corrida.
Classificação geral
1 5.0 5 Gérard de Courcelles/André Rossignol - Lorraine-Dietrich B3-6 129 voltas
2 3.0 16 Jean Chassagne/Sammy Davis - Sunbeam Sport Le Mans 125 voltas
3 5.0 4 "Stalter"/Éduoard Brisson - Lorraine-Dietrich B3-6 124 voltas
4 2.0 29 Tino Danieli/Mario Danieli - O.M. Tipo 665 Superba 119 voltas
5 2.0 30 Giulio Foresti/Aimé Vassiaux - O.M. Tipo 665 Superba 119 voltas
6 3.0 11 Louis Wagner/Charles Flohot - Ariés 3-Litre 119 voltas
7 2.0 23 Jean de Marguenat/Louis Sire - Rolland-Pilain C23 Super Sport 117 voltas
8 1.5 41 Louis Balart/Robert Doutrebente - Corre La Licorne W15 110 voltas
9 1.5 42 W. Lestienne/Robert Lestienne - Corre La Licorne W15 109 voltas
10 1.1 50 Raymond Glaszmann/Manso de Zuniga - Chenard et Walcker Tank 109 voltas

quinta-feira, 14 de março de 2013

1924 – Um circuito lendário

24 Horas de Le Mans 1924
A Corrida das 24 Horas de Le Mans é, sem dúvida, o tomo das prova automobilística. 24 horas de suor, frio, controle de velocidade, o veredito implacável de toda a resistência mecânica e humana, da solidariedade entre os membros de uma equipe, a vitória sempre ser o de uma equipe coesa.
No seu início, o evento vai colocar em carros de produção concorrência como eles foram vendidos para o público. Quando WO Bentley ouviu falar de Le Mans pela primeira vez, ele pensou que o desafio era louco. Seria, no entanto, fazer o seu território durante a década de 20, cinco vitórias 1924-1930. Eles competem em Le Mans, Brooklands e Indianapolis. A prova francesa valeu-lhe entrar rapidamente no lenda do automobilismo.
Em função do melhor tempo, a corrida passa a realizar-se sempre no mês de junho e o regulamento sofre várias modificações. Assim, após 5 voltas, os concorrentes devem fazer subir a capota e percorrer 20 voltas nestas condições! Só o piloto pode reparar a viatura! Isso inclui, naturalmente, a troca de rodas. Para tal proeza, o piloto salta do carro, tira o macaco, a manivela e o martelo de bronze, alivia a porca borboleta, levanta o carro, desaperta a porca, troca a roda, repõe a aperta a porca, baixa o carro, arruma a roda, o macaco, o martelo, a manivela e salta para o volante! Se pensar que isso demorava uma eternidade está enganado! Havia quem o fizesse em 47 segundos!
O ano de 1924 , portanto, marcou o retorno da Bentley. Era o mesmo veículo pessoal de Duff, contratado para o seu nome. Mas, desta vez , nada foi deixado ao acaso. O Bentley foi completamente desmontado em uma oficina da fábrica, as peças marcadas, em seguida, juntando tudo com cuidado meticuloso. O sistema de abastecimento de combustível foi duplicada. O tanque principal foi reforçada para lidar com lançamento de pedras. Um tanque de reserva foi instalado. O chassi foi equipado com reforços e choques adicionais para enfrentar revestimento acidentado de Le Mans. As quatro rodas estavam agora equipada com freio. De fato, no ano passado, por falta de travagem suficientemente eficaz, carro de Duff tinha tomado a brecha no final de uma linha reta.
Mesmo com estas precauções, houve incidentes durante a corrida. A terceiro marcha da caixa de velocidades está presa. Houve até suspeita de tentativa de sabotagem em um pneu. WO Bentley esteve no circuito para obter o resultado que ele esperava. Duff e Clemente havia vencido Le Mans para Bentley. A imprensa britânica não poderia deixar de elogios para o jovem construtor. Conseqüência direta desse sucesso, a fábrica nunca estava vazia, mesmo que os lucros não seguiram a mesma tendência. Le Mans nos anos 20 era basicamente um teste de velocidade e resistência para a estrada. O serviço e suporte foram estritamente regulamentado. Sempre ansioso para economizar tempo no pit, bem como sobre o circuito, WO Bentley fez o seu carro vencedor não levantar muitas vezes o capô, enquanto os seus concorrentes gastaram mais tempo.
Se um carro com um motorista particular desfrutando de uma mera assistência técnica da fábrica foi capaz de vencer Le Mans, o que aconteceria se a própria empresa decidisse contratar uma equipe completa, de acordo com as suas próprias cores. Isto é o que WO Bentley começou a pensar para 1925.
Foi a primeira vitória de condutores ingleses (John Duff e Frank Clement), de um carro inglês (o Bentley), e de pneus ingleses (Dunlop). Os dois vencedores e os outros pilotos da equipe foram chamados os “Bentley Boys”, pois eram em sua maioria, jovens e praticantes de esportes, de boa posição social, e que não corriam visando dinheiro. Benjafield era médico; Kindston era militar, operando em um submarino; Barnato era filho de um bilionário inglês dono de minas de diamante na África do Sul, tendo herdado a fortuna aos dois anos de idade. Ele tinha participação na própria Bentley, sendo um de seus maiores acionistas. Houve a primeira participação de um carro com motor de oito cilindros: um Chenard & Walcker.
Classificação geral
1 3.0 8 Capt. John F. Duff/Frank Clement - Bentley 3 Litre Sport 120 voltas
2 5.0 6 Henri Stoffel/Éduoard Brisson - Lorraine-Dietrich B3-6 119 voltas
3 5.0 5 Gérard de Courcelles/André Rossignol - Lorraine-Dietrich B3-6 119 voltas
4 2.0 31 André Pisard/"Chavée" - Chenard et Walcker 111 voltas
5 2.0 30 Christian Dauvergne/Manso de Zuñiga - Chenard et Walcker 108 voltas
6 2.0 17 Gaston Delalande/Georges Guignard - Rolland-Pilain C23 106 voltas
7 3.0 15 Eugéne Verpault/Marcel Delabarre - Brasier TB4 106 voltas
8 3.0 16 "Migeot"/Léopold Jougoet - Brasier TB4 104 voltas
9 2.0 19 Louis Sire/Louis Tremel - Rolland-Pilain C23 104 voltas
10 2.0 28 Raymond de Tornaco/Francis Barthelemy - Bignan 102 voltas

quarta-feira, 13 de março de 2013

1923 – A Corrida Inaugural

24 Horas de Le Mans 1923
Dia 26 de Maio ás 16 horas. No circuito permanente de La Sarthe, próxima à cidade de Le Mans, na França, iniciava-se a primeira edição da competição automobilística que haveria de atingir um prestígio inimaginável, seja para os seus organizadores, seja para os poucos espectadores que a presenciaram. Para além dos Bugatti, Bentley, Delage e Amilcar, marcas que ainda hoje existem ou são facilmente lembradas por alguns, muitas outras são perfeitamente estranhas à maioria dos aficionados atuais: Chenard & Walcker (que venceu fazendo a dobradinha), Bignan, Excelcior, Lorraine Dietrich, Berliet (mais conhecida por seus caminhões), Rolland-Pillan, Brasier, Georges Irat, Corre-la-Licorne, Vinot-Deguingard, SARA, Salmson e Ford-Montier (esta, lógico, conhecida pela metade).
Com o número nove pintado em sua carroceria, e após 24 horas de prova, seria conhecido o primeiro vencedor da corrida: o Chenard & Walcker pilotado por André Lagache e René Leonard.
A corrida foi criada pela iniciativa de Charles Durand, Emile Coquile, Charles Faroux e outros. A idéia é uma prova de resistência de 24 horas, onde as diversas marcar poderiam testar a durabilidade de seus bólidos. Foi usado um circuito de estradas com 17.262 km, na região de Le Mans, capital do departamento de Sarthe.
A competição acaba se chamando “Grand Prix D’Endurance de 24 Heures – Coupe Rudge-Whitworth” (Grande Prêmio de 24 horas – Copa Rudge-Whitworth). Posteriormente, é consagrado o nome de “24 Horas de Le Mans”. A organização coube ao “Automobile Club de L’Ouest”, entidade fundada em Janeiro de 1906 e que até hoje promove a corrida. Neste ano, 1923, é realizada a primeira edição, com a participação de 33 concorrentes. Os vencedores são os franceses André Lagache e René Leonard, que pilotaram um carro francês “Chenard & Walcker Sport”, com 4 cilindros e 2978 cc, equipado com pneus Michelin. A velocidade média dos vencedores foi de 92,064km/h e a distância percorrida foi de 2.209,536km.
Nesta primeira edição, os favoritos da corrida eram os Lorraine-Dietrich, mas falharam rotundamente. Todas as equipes são francesas, com exceção da Bentley, inglesa. A maioria dos concorrentes usam motores de 4 ou 6 cilindros em linha. O SARA com o nº 31 dos franceses Francois Piazzoli e Andre Marandet é o primeiro caso de abandono da prova na história das “24 horas de Le Mans” e o motivo foi um acidente após 22 quilômetros de corrida.
Classificação Final
1 3.0 9 André Lagache/René Léonard - Chenard et Walcker Sport 128 voltas
2 3.0 10 Raoul Bachmann/Christian d'Auvergne - Chenard et Walcker Sport 124 voltas
3 2.0 23 Paul Gros/Raymond de Tornaco - Bignan 11HP Desmo Sport 120 voltas
4 3.0 8 John F. Duff/Frank Clement - Bentley 3 Litre Sport 112 voltas
5 2.0 24 Philippe de Marne/Jean Martin - Bignan 11HP Commercial 112 voltas
6 8.0 1 André Dills/Nicolas Caerels - Excelsior Albert 1er 112 voltas
7 3.0 11 Fernand Bachmann/Raymond Glaszmann - Chenard & Walcker Tourisme 110 voltas
8 5.0 7 Gérard de Courcelles/André Rossignol - Lorraine-Dietrich B3-6 108 voltas
9 8.0 2 Gonzaque Lécureul/"Flaud" - Excelsior Albert 1er 106 voltas
10 1.5 28 Max de Pourtealés/Sosthene de la Rochefoucauld - Bugatti Brescia 16S 104 voltas