quarta-feira, 20 de março de 2013

1927 – Começa a Era da Bentley

24 Horas de Le Mans 1927
No ano anterior, a dupla Dr. John Benjafield e Sammy Davis no Bentley número 7 só se deram por vencidos há vinte minutos para o término da corrida, enterrados na areia, em Mulsanne. Em 1927 voltariam no mesmo carro, então chamado de “Old nº 7”, para vencer e também iniciar um período de quatro anos de hegemonia da Bentley. É a segunda vitória de um carro da marca Bentley.
Pelos maravilhosos carros de cor verde suspiravam os ingleses em tom admirativo. “Os mais rápidos da Europa” comentava Ettore Bugatti, cujos carros eram freqüentemente batidos pelos Bentley. A corrida de 1927 começou numa tarde escura aparentando que ia chover muito e Benjafield colocou seu carro prudentemente em 2º lugar. A chuva não veio e chegou à noite, quando Benjafield foi substituído por Davis ao volante do carro nº 7.
Repentinamente fez-se silêncio no circuito, um carro francês tinha despistado quando seu piloto perdeu o controle e estava quase todo destruído no meio da pista, não houve como escapar, mais cinco carros haviam batido no automóvel parado e se amontoaram sobre ele, incluindo os três carros da marca Bentley. Dois deles estavam irremediavelmente fora da disputa, Davis conseguiu livrar seu carro daquela confusão e levou-o até o boxe. Os mecânicos concertaram o suficiente para o Bentley voltar a competir, mas perdendo várias voltas.
Ainda faltavam 18 horas para o fim da prova, e Benjy pilotou o carro a noite com apenas um único farol e ainda com voltas mais rápidas do auto que seguia na frente, um Áries francês. À uma hora da tarde de Domingo o Áries parou nos boxes para reparar uma avaria e quando partiu de novo o Bentley, que agora seguia em segundo, descontava 25 milhas a distância que os separava.
Faltavam alguns minutos para o término da corrida quando Benjy viu o Áries parado perto da ponte Dunlop, era a vez do Bentley comandar a corrida. Ao dar a penúltima volta o público começava a ovacionar o único carro britânico na prova. Benjy parou nos boxes e passou o carro para Davis. “Ele tinha o direito a pilotar o carro na última volta, visto que tinha conseguido safar seu carro naquela colisão 18 horas antes”, declarou Benjafield. E assim Davis cortou a meta como vencedor, o Bentley estava desmantelado e cheio de lama por todos os lados, tão esgotado e desfeito que não passava de um monte de ferro velho indomável que correu incessantemente por 24 horas.
Um Tracta chega em 7º lugar, trata-se do primeiro concorrente com tração dianteira.
A partir deste ano a equipe inglesa começa uma hegemonia que duraria quatro anos. Este fato, ao longo da história de Le Mans se tornaria comum. Uma equipe vai dominar por vários anos, até uma concorrente batê-la, esta marca dominará outros anos até que uma nova fábrica vença.
Classificação geral
1 3.0 3 Dr. Dudley Benjafield/Sammy Davis - Bentley 3 Litre Super Sport "Old No.7" 137 voltas
2 1.1 25 André de Victor/J. Hasley - Salmson GS 116 voltas
3 1.1 23 Georges Casse/André Rousseau - Salmson GS 115 voltas
4 1.5 15 Lucien Desvaux/Fernand Vallon - S.C.A.P. 1.5 Litre 110 voltas
5 1.1 26 Guy Bouriat/Pierre Bussienne - E.H.P. DS 108 voltas
6 1.1 21 André Marandet/Gonzaque Lécureul - S.C.A.P. BDE 106 voltas
7 1.1 20 Jean-Albert Gregoire/Lucien Lemesle - Tracta 97 voltas
8 1.5 16 Henri Guilbert/Albert Clément - S.C.A.P. ?
9 2.0 4 Robert Laly/Jean Chassagne - Ariés Surbaissée 3 Litre 122 voltas
10 2.0 8 Raymond Leroy/Pierre Mesnel - Fasto A3S 96 voltas

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